Casaco de nylon da Redley
Com o calor beirando os 40º, é muito difícil querer pensar no que vestir no inverno. Mas, é justamente durante o mês de janeiro, com as temperaturas lá em cima, que acontecem os desfiles com os lançamentos da moda para a próxima estação. E, para você não perder nada do que acontece nas passarelas brasileiras, Hora H selecionou os casacos mais bacanas desfilados no Fashion Rio e na São Paulo Fashion Week.
Nos dois eventos, o destaque ficou por conta das peças confeccionadas em nylon e neoprene, materiais presentes em algumas das propostas mais inovadoras da temporada.
O nylon é um tecido sintético que foi criado em 1935 por Wallace Carothers, da fábrica americana da Dupont. Suas qualidades são leveza, maleabilidade, resistência a chuva e umidade. Versátil, foi empregado tantos em meias femininas quanto em paraquedas. Não há nenhuma confirmação oficial, mas o nome do tecido teria sido uma mistura das iniciais de Nova Iorque (NY) com a primeira sílaba de Londres (LON). 75 anos depois, ele aparece em casacos tipo biker, dá novos ares para o agasalho com bolso canguru e capuz e tem até versão alfaiataria.
Por coincidência, o neoprene também foi criação de Cartothers em dupla com o pesquisador Arnold Collins. É um tipo de borracha expandida manufaturado pela primeira vez em 1930. Em 1950, Hugh Bradner, que trabalhava para a Marinha dos Estados Unidos, testou vários materiais para confecção de roupas de mergulho e acabou escolhendo o neoprene. Empresários do surf viram no material uma ótima solução para o surf em águas frias.
De lá para cá, muitas pesquisas foram feitas para que o material tivesse maior eficiência em sua proteção térmica aliado a mais conforto e flexibilidade e, há alguns anos estilistas nacionais e internacionais fazem constantes investidas para tornar o neoprene um material para uso urbano. Para o inverno brasileiro ele é usado em casacos, tem versão com estamparia digital e foi usado até mesmo em um trench coat, que resultou em um visual ao mesmo tempo elegante e esportivo.
Esses materiais tecnológicos dividiram a cena com os tradicionais jeans e tricô. O primeiro apareceu misturado com outros materiais, como o moletinho, e ganhou versões renovadas, fugindo do padrão mais comum das jaquetas. Já o tricô foi visto tanto em blusas com pontos grossos com jeitão rústico, quanto em malhas mais finas para aqueles dias de temperatura amena.
Por Alexandre Schneider
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