quinta-feira, setembro 16, 2010

Finanças em dia são a chave para alavancar boas idéias




Empreendedores nem sempre gostam de lidar com as questões financeiras de um negócio.
O próprio espírito empreendedor pode levá-lo a se concentrar no produto/serviço, nos clientes e no marketing, ao invés de dar a atenção necessária para os números de sua pequena empresa.

No entanto, a saúde financeira do negócio deve ser uma das principais prioridades do empreendedor.

Uma pequena empresa que não tem um gerenciamento adequado de seus recursos financeiros corre sério risco de entrar em uma espiral negativa, muitas vezes irreversível.

O fato é que poucos negócios são um sucesso em tão curto prazo que a questão financeira se resolve sem preocupações.
A realidade da grande maioria dos empreendedores é: dinheiro limitado e lucros apertados.

Minha sugestão é que todo empreendedor faça um curso ou ao menos leia um livro sobre finanças empresariais.

Mesmo com os conceitos básicos é possível colocar uma ordem financeira na empresa e reduzir seu risco.
Ainda que o tema seja bastante amplo, deixo a seguir algumas dicas básicas.

As finanças nunca devem ficar em segundo plano

Como comentei na introdução do artigo, as finanças devem sempre estar no topo da mente do empreendedor.

Um negócio financeiramente saudável dá às boas idéias os músculos para atingir todo seu potencial.

Uma boa idéia, que patina pela dificuldade financeira, pode se tornar um fracasso ou apresentar resultados muito aquém do que poderia.

Muitos negócios operam no negativo em sua fase inicial.

Isto não é um problema… na realidade, é o que acontece com mais frequência.

O detalhe está em que esta fase inicial deve ser administrada cuidadosamente, já que os recursos são sempre finitos. Aqui entra novamente a importância de fazer um bom plano de negócios, através do qual temos um planejamento claro de quanto tempo pretendemos ter as finanças no vermelho e de onde vamos obter os recursos durante esta fase, além de servir como um radar para determinar se estamos atingindo as metas ou podemos ter dificuldades mais adiante.

Dinheiro da empresa não é dinheiro do dono.

Este problema é clássico nas finanças dos empreendedores. Especialmente nos negócios menores, o empreendedor passa a misturar suas finanças pessoais com as do negócio.

Os custos são cobertos pelo dinheiro do dia a dia da família, e os lucros são aproveitados em coisas pessoais.

Este é um problema enorme, por duas razões.

Primeiro, porque fica muito difícil a compreensão do real potencial do negócio.
Se o empreendedor tampa buracos do negócio todo mês com seus recursos pessoais (e fora do que estava planejado), pode estar entrando na espiral negativa que mencionei anteriormente.

Se ele toma todos os lucros para sua vida pessoal, deixa de fazer novos investimentos que podem ser importantes para o futuro da empresa.

Segundo, porque os funcionários nunca perceberão isto com bons olhos.

Qualquer bom funcionário quer crescer na empresa e ajudá-la a ter sucesso.

No entanto, se ele percebe que o negócio está lá como uma extensão da vida pessoal do dono, se sentirá desmotivado.

Dívidas são fatais

As dívidas não são a solução para os problemas financeiros de uma empresa.

Tomar empréstimos é comum, mas isso somente deve ser feito dentro do que foi planejado, e o pagamento do empréstimo deve ser uma prioridade para o empreendedor.

A falta de controle da dívida é uma causa recorrente do fechamento de empresas. Especialmente no Brasil, com os altos juros que temos, a importância de fugir das dívidas é redobrada.

Isto apenas reforça a necessidade do empreendedor conhecer o básico de finanças empresariais.

Usando conceitos tradicionais e um pouco de criatividade, pode-se achar soluções de financiamento para a empresa que sejam menos agressivas do que as dívidas, que costumam se tornar verdadeiras bolas de neve.

Por Luiz de Paiva

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